19/06/2015
Por Bene Barbosa*
Coluna
Rodrigo Constantino
Análise de liberal sem medo de polêmica
Madrugada na pequena
cidade de Katy, no Texas, em um rancho das proximidades uma família dorme
tranquilamente até que Bob é despertado por um barulho. Leva apenas alguns
segundos para saber que o som vem da frente de sua casa acompanhado do ronco de
um motor de um carro parado na estrada próxima. Cautelosamente pega sua
espingarda, abre a janela do segundo andar e confirma que estão tentando roubar
sua caminhonete. Dispara um tiro no gramado. Os criminosos, óbvio, saem em
carreira sem mesmo verificarem de onde veio o disparo.
Bob então liga 911 e
aguarda a chegado do Xerife, que alguns minutos depois encosta sua viatura no local.
Esclarecido o fato o Xerife com o seu forte sotaque texano sentencia: se não
houver um corpo não precisa me chamar. Não, esse não é um caso fictício e sim
de um amigo meu, brasileiro, que mora há muitos anos nos EUA, também não se
trata de um caso isolado como demostrarei abaixo, mas é sim um dos milhões de
casos onde uma reação armada não vai parar nas estatísticas oficiais.
(Se Bob tivesse disparado sua arma no Brasil e comunicasse à autoridade policial, como o fez, certamente teria sido enquadrado em algum crime de disparo de arma de fogo e iria responder criminalmente com todas as inconveniências da burocracia, da policia e da justiça brasileira - Comentário do titular deste blog.)
E é por conta desse tipo
de casos – onde ninguém morre, repito! – que circulou na imprensa americana e
repercutiu na imprensa brasileira a seguinte manchete: “Armas raramente são
usadas para auto-defesa (SIC) nos EUA” que em seu texto traz a informação que:
“Em uma análise de dados do FBI e outros números do governo federal, a
organização sem fins lucrativos Violence Policy Center disse que os americanos
são muito mais propensos a se machucar ou machucar outras pessoas ao manusear
uma arma letal. Em 2012, informou o grupo, apenas 259 “homicídios
justificáveis” envolvendo civis foram relatados, comparado a 8.342 homicídios
criminosos cometidos com arma de fogo”.
Pois bem, vamos aos fatos.
Inicialmente, é necessário esclarecer que a Violence Policy Center é uma ONG
americana que tem em seu objetivo proibir a posse e o porte de armas nos EUA.
Portanto, devemos sempre olhar com cuidado tais análises. Segundo, – aí está a
desonestidade do texto! – eles usam apenas as mortes de criminosos por cidadãos
armados agindo em legítima defesa e propositadamente deixam de lado todos os
casos onde não houve o evento morte. E em terceiro, e não menos importante, é
que falsamente eles pressupõem que as pessoas legalmente armadas que agem em
legítima defesa são as mesmas que possuem armas ilegais e cometem assassinatos
e não há maior mentira que essa!
Uma das únicas pesquisas
comprovadamente sérias a este respeito foi realizada pela equipe do Dr. Gary
Kleck, criminologista da Universidade Estadual da Flórida, que descobriu que
armas são usadas em legitima defesa aproximadamente 2,5 milhões de vezes por
ano nos EUA. Essa e outras conclusões estão no livro “Armed Resistance to
Crime: The Prevalence and Nature of Self-Defense with a Gun”.
Realmente, é difícil
entender o pensamento desse pessoal que acha ruim que quase 150 milhões de
americanos legalmente armados se defendam, quando necessário, tão pouco, enquanto
criminosos matam milhares de pessoas usando armas ilegais e outros
instrumentos.
Tentam eles, de todas as
formas, negar algo que até a ONU já aceitou em seu Relatório Global de
Homicídios, versão 2011, página 44, que afirma: “Adicionalmente, sob uma
perspectiva global, a enorme diferença entre as estimativas de proprietários de
armas de fogo (centenas de milhões, de acordo com estimativas da Small Arms
Survey, 2007) e o número anual de homicídios (centenas de milhares) indica que
a maioria das armas dos cidadãos não é desviada e é possuída para propósitos
legítimos”.
A verdade continua a mesma
seja no Brasil, seja nos Estados Unidos ou na Cochinchina: Desarmar o cidadão
não é a solução.
* Bene Barbosa é especialista
em Segurança Pública, presidente da ONG Movimento Viva Brasil e autor do livro
“Mentiram para mim sobre o desarmamento”.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/legislacao/legitima-defesa-com-armas-nao-e-um-mito/
Você também poderá ler e/ou assistir:
- Padre Paulo Ricardo - A Igreja e o
desarmamento. Somos pacíficos e não "pacifistas".
Devo ser
pelo desarmamento? As pessoas têm o direito de ter amas?
Veja o
que diz o Padre Paulo Ricardo.
- O desarmamento como estratégia de poder
da esquerda totalitária
Um conteúdo
muito oportuno para aqueles que desejam um estado que prima pela liberdade dos
cidadãos de bem.
- Com um fuzil atrás de cada árvore
- Existe
correlação entre o uso de armas de brinquedo e o aumento da violência?
- Desarmar a População de Bem é do
Interesse dos Governos Autoritários, em Todo o Mundo!
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- ONG Viva Rio quer desarmar inocentes
enaltecendo Che Guevara
- Sobrevivente de Hitler Condena o Controle
das Armas - Katie Worthman
- Direito da
posse de arma reduz criminalidade, afirma estudo da Universidade de Harvard
- Dois Dedos de Prosa com Rachel
Sheherazade
A conhecida
repórter faz colocações muito interessantes para a cidadania!