Manoel
Como
cristão faço minhas as palavras de João apóstolo, afirmando que o mundo todo
está debaixo do poder do Maligno (Jo 5.19). O coração do discípulo de
Cristo sabe que somos cidadãos de dois mundos, um temporário, que é aqui
na terra, e outro eterno, onde viveremos para sempre, sobre o pleno Governo de
Deus, sem interferências externas. Nesse Reino, não haverá mais morte, nem
luto, nem pranto, nem dor, porque Ele enxugará toda a lágrima
dos olhos daqueles que estarão com ele (Ap 21.4). No entanto, durante
o tempo que vivermos aqui, neste mundo, além de não tirarmos os olhos daquele que
estar por vir, devemos viver neste, como se habitássemos em um
imóvel que daqui a certo tempo iremos nos mudar, todavia, precisamos cuidar
dele para que não seja acelerada a sua deterioração, não cresça o
mato no seu interior e com isso venha os insetos, roedores, animais
peçonhentos, etc. e gere um caos em nossa habitação. A nossa
responsabilidade como cidadão e a nossa atitude em relação à vida política do
Município, do Estado e do Brasil, tem muito a ver com esse cuidado! Sobre este aspecto, desejo conversar
um pouco com vocês.
A
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele
não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que
o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato
e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão
ignorante que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não
sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor
abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político
vigarista, pilantra, o corrupto e o lacaio das empresas nacionais e
multinacionais”.
Em uma eleição
o povo exerce a sua mais elevada expressão de cidadania, por meio do voto universal (um voto para cada eleitor) de forma secreta, só ele e a sua consciência. Com o voto
universal, todos estão nivelados: ricos e pobres, homens e mulheres, religiosos
e ateus, sábios e ignorantes. É um
direito-dever que não pode ser negado, nem tampouco deveria qualquer cidadão se
omitir.
A Ciência
Política ensina que o ideal é que todos os eleitores votem. Não é aconselhável
votar nulo, porque significa um ato de grosseria, uma atitude antidemocrática
dizendo que não concorda com a realização do pleito. É o que defendem os
anarquistas e os autoritários: “Quanto pior, melhor”.
O
Uma das
Uma motivação
O bom
candidato não é aquele que vejo com melhor potencial de fazer algo “
É muito importante que o voto não seja dado aos
candidatos
somente porque são nossos parentes,
irmãos da igreja, vizinhos, amigos, colegas de trabalho, etc., ou como uma
forma de gratidão, mas aos que preenchem os requisitos acima mencionados. [3] O
Quando
No nosso entender, um líder eclesiástico não
deve fazer campanha para este ou aquele candidato, este ou
aquele partido, mas ensinar qual é o perfil de um bom aspirante a um cargo
eletivo, segundo os princípios antes mencionados. Os candidatos e partidos passam, mas os princípios são permanentes, daí
ser melhor que esse líder, por sabedoria, não participe de campanha eleitoral
em favor de candidatos ou partidos, porque se assim proceder, perde a sua
imparcialidade, onde está grande parte de sua autoridade.[4]
Só vemos razão para que um líder eclesiástico
se engaje em campanha eleitoral, se for para tomar uma atitude profética,
denunciando e alertando o povo, contra algo frontal à Palavra de Deus, como: defesa do aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, controle
da liberdade de opinião e de crença, bem como desrespeito á propriedade privada
e ao livre mercado. Tudo sistema que visa
suprimir o livre arbítrio, confronta com as Sagradas Escrituras.
Os partidos políticos são transitórios,
todavia, a Igreja do Senhor Jesus estará aqui até que Ele volte. Qualquer
alinhamento de uma igreja a determinado candidato, partido ou ideologia, por
razões meramente eleitorais, pode deixá-la à mercê de instabilidades. Sábia é a afirmação de Ben Wong, representante
da liderança mundial do Ministério Igreja em Células: “É certo que cristãos como
indivíduos participem da política, mas não a Igreja como instituição. A igreja
pode e deve exercer influência, mas sem forçar a nada. Jesus sempre exerceu boa
influência, mas não forçava ninguém a nada. A Igreja não deve impor convicções
políticas.” [5]
Jesus
Após as eleições, cabe ao eleitor acompanhar o mandato dos eleitos, conferindo se os mesmos estão sendo coerentes com as suas propostas de campanha e com a dignidade do cargo, apoiando ou repudiando os seus atos, de forma efetiva e pelos canais apropriados. Portanto, O VOTO NÃO TEM PREÇO, TEM CONSEQUÊNCIA!
* Manoel Soares Cutrim Filho, graduado em Direito pela UNB, advogou por mais de vinte e cinco anos, Auditor Federal de Controle Externo do TCU – aposentado, patriota, conservador e cristão. E - mail: cutrim@terra.com.br
Colaboração:
Diana Larsan Cutrim, psicanalista clínico, mãe, dona de casa, patriota, conservadora
e cristã.
[1] Manoel
[2]
[3] Op.
cit., ABU
[4]
[5]