“... e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém,
como em toda a Judéia
e Samaria, e até aos confins da terra.” At. 1:8.
Com os mais de quinhentos anos do descobrimento do Brasil, pomo-nos a
pensar sobre a grande dádiva recebida dos povos indígenas que habitavam aqui,
antes que viessem os portugueses: a nossa culinária, língua, artes, costumes,
plantas, ervas medicinais, frutas e cultura em geral, refletem a influência dos
silvícolas.
Os primeiros habitantes de nossa pátria e do
continente americano constituem um povo bonito, habilidoso e no seu estado
natural são muito alegres.
O denominado “homem branco” foi e em alguns casos tem sido implacável
com os nossos índios: matando-o, seviciando-o, escravizando-o, degradando-o,
etc. Alguns ditos civilizados não tinham certeza se os nativos possuíam alma.
O processo de integração na cultura ocidental tem sido na maioria das
vezes traumático e levado muitos à marginalização, transformando-os em bêbados
e mendigos.
Como povo brasileiro temos sido influenciados
pela história preconceituosa contada pelo conquistador, pelo colonizador, no
sentido de que os indígenas são selvagens, sem alma, preguiçoso, etc. Como
cristãos devemos romper com essa mentalidade, e quando aparecer um indígena em
nossas congregações, que o nosso sentimento não seja de reserva, desconfiança,
ou vê-los como alguém inferior, pois é bom lembrarmos que muitos de nós
somos também descendentes de índios, que junto com o branco e o negro formam as
três raças básicas da nossa etnia.
Ao recebermos um índio em nossas congregações, seja com mais amor,
mesmo que ele venha como pedinte. Além de estarmos cumprindo um mandamento,
podemos estar abrindo portas de alguma aldeia para a propagação do Evangelho do
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Graças a Deus que missionários cristãos,
americanos e europeus, por décadas, e nos últimos trinta anos, brasileiros, tem
trabalhado no meio de diversas tribos dos nossos índios, anunciando a
Palavra de Deus e traduzindo-a para as respectivas línguas. Na maioria das
vezes, a própria escrita de cada língua indígena, foi estruturada por estes.
Mesmo com todas as dificuldades, por serem os primeiros grupos mencionados,
estrangeiros, e pela falta de cooperação, e até resistência, em alguns casos,
de órgãos governamentais, apesar de tudo isso, A SEMENTE TEM PROSPERADO.
“Na porção mais remota da mata, às margens do
rio Içana, vivem as tribos baniva e curipaco, duas das mais interessantes
comunidades de toda aquela área. Essas duas nações reúnem cinqüenta aldeias,
habitadas por índios que têm título de eleitor, sabem ler e escrever e adoram
cantar o Hino Nacional, sem ter, no entanto perdido a essência de sua herança
indígena.
A convivência harmônica do mundo com o antigo
é mais espantoso quando se sabe que foi Jesus Cristo — o Deus dos Brancos —
outrora uma ameaça para a cultura indígena, que acabou garantindo sua
sobrevivência. Eis uma novidade capaz de abalar muitas das teorias
antropológicas, mais especificamente a que via o evangelho como um vilão
responsável pela aculturação indígena ... . Bíblia converteu-se num poderoso
veículo de coesão cultural.
Hoje, protegidos pela natureza e pela
religião, eles parecem prontos para sobreviver, como índios e cidadãos”.
Sabemos que na obra do Senhor, trabalhamos é para Ele e não para o
homem, quem sabe seja firmado nesse entendimento que o povo cristão muito pouco divulga os seus trabalhos,
que também possuem repercussão no campo social. Acreditamos que se faz
necessário uma maior divulgação de trabalhos dessa natureza, para que tanto os cristãos
tomem conhecimento como a sociedade em geral com o fim de ser externado as suas
formas de apoio. Quantos trabalhos como esse mostrado na matéria da revista
Veja, ainda há pelos rincões desse imenso Brasil?
Talvez pela falta de visão e por sermos
muitos grupos distintos, cada um com suas dificuldades próprias, fomos muito
omissos, até então, na evangelização dos povos indígenas. Entendemos que está
na hora de acordarmos, como povo cristão do Brasil, e cumprirmos o Ide do Nosso Senhor Jesus para com os índios
brasileiros.
Temos ânimo
para enviar missionários a povos
não alcançados, em
outros continentes ,
o que é muito
bom , no entanto ,
há um número
significativo de lugarejos
distantes no Norte ,
Nordeste e Centro
Oeste que
não possuem uma congregação que a tem
Cristo como seu único Senhor (Kyrios), bem como tribos dos
nossos aborígines
que ainda
não foram alcançados pelo
Evangelho . As igrejas
cristãs no país têm um
potencial muito
grande para efetivar mudanças da realidade
social , eclesiástica
e, sobretudo , espiritual
dos povos indígenas
que habitam as terras
brasileiras. Se todos os segmentos cristãos do Brasil tivesse como
prioridade, já teria evangelizado os lugarejos distantes
e todas as tribos
indígenas do nosso
país . Que
possamos ir “aos confins
da terra ” sem ,
no entanto , esquecermos de “Samaria”.
Glórias ao Senhor, porque o seu povo tem
contribuído e contribuirá para o cumprimento da visão apocalíptica do Apóstolo
João: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia
enumerar, de todas as nações, tribos,
povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas nas mãos;” Ap. 7:9.