Tenho refletido sobre os riscos do
andar em motos desde a minha mocidade. Certa vez falando sobre o assunto com um
colega de UNB, originário de São Tomé e Príncipe - África, ele disse-me que um
dos seus tios lhe falou: "Que se
fosse andar em cima de 'dois pés', preferiria os dele". Essa afirmação
foi marcante para que eu nunca quisesse aprender a andar em moto para não ser
tentado em comprar uma.
Queridos, certa vez nos anos noventa
fui visitar uma pessoa no Sarah Kubitschek e tomei conhecimento que lá havia
uma ala só de lesados de acidentes de motos. Pude ver que era um números
significativo de jovens lesionados para o resto da vida, como paraplégicos e
tetraplégicos, ou mesmo com um braço ou uma perna amputados ou com a perda da funcionalidade.
Salvo engano, na minha Memória eram cerca de uns 15 jovens entre 18 e 22 anos.
Sabemos que a mídia veicula todos os dias acidentes fatais com motociclistas em
várias partes do Brasil. A própria mídia tem dito que na cidade de S. Paulo
diariamente morre pelo menos uma pessoa decorrente de acidentes dessa natureza.
Lembro que escutei uma afirmação, por
meio de um irmão meu, que ouviu de certo líder cristão, que no seu
entendimento: "Todo acidente de
moto com óbito é uma morte precoce".
Não sei quantos de vocês quando mais
jovens foram usuários regulares de motos, mas considerando que eu, vocês e
vários que já ultrapassaram a casa dos cinquenta anos, pudemos passar a nossa
mocidade com pouco dinheiro, andando de ônibus, metrô e a pé, o que nos possibilitou
chegar até aqui, sem acidentes com o tipo de veículo em referência.
Sugiro que reflitam a respeito e, de
alguma maneira, você que é motociclista, ou não, possa recomendar aos que são,
que estão no seu âmbito de relacionamento, para que procurem outra opção de
transporte, quem sabe até adquirindo um carro velhinho, com boa manutenção, mas
que os preserve dos riscos que é andar em uma moto.
Segundo estudos da Faculdade de
Medicina da USP – Universidade de São Paulo, em conjunto com o Hospital das
Clínicas e a Abraciclo – associação que representa as fabricantes de
motocicletas do país, o GRUPO DE RISCO é homem, adulto jovem, classe média
baixa, sendo que 73% usa a moto como meio de transporte e 23% como instrumento
de trabalho. Fonte: http://motociclismo.terra.com.br/index.asp?codc=1820. A perda de uma vida
jovem representa prejuízos de múltiplas facetas para a sociedade e para as suas
famílias.
“O número de mortes em
acidentes com motos no Brasil aumentou 263,5% em 10 anos, segundo dados do
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), criado pelo Ministério da Saúde.
Em 2011, foram 11.268 mortes no
país, contra 3.100 usuários de motos mortos em 2001. O Ministério da Saúde
informa que os dados de 2011 são os mais recentes disponíveis, visto que o
processo de registro de óbito é demorado, levando até dois anos para
contabilizar todos os casos”. Link: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2013/06/numero-de-mortes-em-acidente-com-moto-sobe-2635-em-10-anos.html
Estatísticas nacionais de acidentes de
trânsito. As únicas fontes são o Ministério da Saúde (43.250
óbitos em 2011 e 179.000 feridos hospitalizados em 2012), segundo o Já o site Por Vias
Seguras. Link: http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais Quanto a acidentes com motos uma matéria do site diz: “Motociclistas: mais de 13.000 mortos e 50.000 feridos graves
por ano, o maior problema de segurança do trânsito no país”. Link: http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/acidentes_com_motos Com base nos dados acima podemos concluir que os óbitos de
acidentes com motos representam 30,05% e os feridos 27,93% do total registrado
por ano 2011/2012.
O custo
anual dos acidentes de trânsito no Brasil é de aproximadamente R$ 40 bilhões,
afirma o técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Carlos
Henrique Ribeiro de Carvalho. Link: http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/custo_dos_acidentes_de_transito/ipea_estima_custo_anual_com_acidentes_em_r_40_bilhoes. Considerando que os acidentes com moto é cerca 30% desse
total, podemos dizer que o custo para o Brasil com óbitos e feridos em
acidentes deste espécie fia em R$ 12 bilhões. Valor esse superior à receita
prevista para o exercício financeiro de 2014 do Estado de Tocantins: R$ 9,16 bilhões e um pouco menor
do que a prevista para o Estado de Mato Grosso que é de 13,3 bilhões. Pelo
apresentado, podemos dizer que anualmente o país perde só em acidentes com
motos o valor equivalente à receita do Estado de Pernambuco. Isso é muito
preocupante!
Não temos uma percepção clara de quão
alarmante é esse número de mortos por ano. Só para numa rápida comparação, a
guerra dos Estados Unidos e seus aliados contra o talibã, no Afeganistão, matou
13mil vidas em 10 anos, segundo matéria do Estadão: http://topicos.estadao.com.br/afeganistao
Aqui morreram 11.268 só no ano de 2011! Temos uma guerra no
Afeganistão a cada ano, no Brasil, decorrente de acidentes com motos, dizimando
principalmente JOVENS! É uma guerra contra os nosso jovens. Basta acessar
imagens no Google, colocando a expressão: “mortos em acidente com moto”,
infelizmente veremos verdadeira carnificina!
Gente, que Deus tenha misericórdia dos
nossos jovens! Autoridades, façam algo para evitar tantas mortes!
Manoel Soares Cutrim Filho, bacharel em
Direito pela UNB e discípulo de Jesus em Caldas Novas - GO