O
dia em que Marina chorou
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às 7:50
Marina
Silva chorou. É o que informa reportagem de
Marina Dias, da Folha. Está inconformada com os ataques que estão sendo feitos
pelo PT e, em particular, por Lula. Numa conversa com a repórter, no banco de
trás do carro que a transportava para um hotel no Rio, na noite de quinta,
afirmou emocionada: “Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim, mas posso controlar que não quero fazer
nada contra ele. Quero fazer coisas em favor do que lá atrás aprendi,
inclusive com ele, que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito,
e que a esperança iria vencer o medo. Continuo acreditando nessas mesmas
coisas”.
Pois
é… Marina está experimentado o que é virar alvo de difamação de uma máquina que
ela própria ajudou a construir e à qual serviu durante tanto tempo, inclusive
como ministra. Não custa lembrar que os petistas não mudaram os seus métodos.
Seguem sendo os mesmos. Eles só se tornaram mais virulentos porque são, agora,
muito mais poderosos.
Marina
tem motivos para reclamar. Se, como sabem, tenho enormes reservas à forma como
conduz a sua postulação, é evidente que está sendo vítima de uma campanha de
impressionante sordidez. Afirmar, como faz o PT, que a independência do Banco
Central iria arrancar comida da mesa do brasileiro é coisa de vigaristas.
Sustentar que Marina, se eleita, vai paralisar a exploração do pré-sal — como
se isso dependesse só da vontade presidencial — e tirar R$ 1,3 trilhão da
educação é uma formidável mentira.
Fazer
o quê? Os companheiros nunca tiveram limites e sempre se comportaram, já
afirmei isto aqui muitas vezes, como uma máquina de sujar e de lavar
reputações. Podem lavar a biografia do pior salafrário se este virar seu aliado
— e isso já aconteceu. E podem manchar a história de uma pessoa honrada se
considerarem que virou uma inimiga.
Marina
recorre ao passado: “Sofri muito com as mentiras que o Collor dizia naquela
época contra o Lula. O povo falava: ‘Se o Lula ganhar, vai pegar minhas
galinhas e repartir’. Se o Lula ganhar, vai trazer os sem-teto para morar em um
dos dois quartos da minha casa’. Aquilo me dava um sofrimento tão profundo, e a
gente fazia de tudo para explicar que não era assim. Me vejo fazendo a mesma
coisa agora”.
Pois
é… Hoje, Lula é o Collor da vez, e aquele Collor de antes é agora um aliado
deste Lula. Assim caminham as coisas.
Não
sei, não… Acho que o PT pode estar exagerando na dose. A pauleira é de tal
sorte que Marina já está no ponto para se transformar numa poderosa vítima. Até
porque os companheiros decidiram deixar de lado razões plausíveis para
combatê-la e resolveram investir, de fato, na indústria da mentira, do
preconceito e do medo.
O
tiro pode sair pela culatra.
Por Reinaldo
Azevedo