Marta Suplicy: O diretor sumiu
Tenho pensado muito sobre a delicadeza
e a importância da transparência nos dias de hoje. Temos vivido crises de todos
os tipos: crise econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e
institucional. Todas elas foram gestadas pela ausência de transparência, de
confiança e de credibilidade.
Se tivesse havido transparência na
condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria
aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro. Não
estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do
desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento
consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos,
fazendo a vaca engasgar de tanto tossir.
Assim que a presidenta foi eleita, seu
discurso de posse acompanhou o otimismo e reiterou os compromissos da campanha
eleitoral: "Nem que a vaca tussa!".
Havia uma grande expectativa a
respeito do perfil da equipe econômica que a presidenta Dilma Rousseff
escolheria. Sem nenhuma explicação, nomeia-se um ministro da Fazenda que
agradaria ao mercado e à oposição. O simpatizante do PT não entende o porquê.
Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão
duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação.