E agora, o que um jovem de esquerda deveria fazer ou sonhar?
90% de meus colegas da faculdade de Economia, pelo menos os
que se achavam mais inteligentes, eram de esquerda.
Queriam mudar o mundo, salvar o Brasil, expulsar o FMI e
acabar com a pobreza.
Cabulavam as aulas e viviam no centro acadêmico com pôsteres
de Che Guevara discutindo como tomar o poder.
A ideia de ajudar os outros fazendo trabalho voluntário na
periferia nem lhes passava pela cabeça.
O resto era de centro. Comunitários, liberais e libertários,
mais preocupados em libertar o Brasil de uma ditadura do que em implantar
outra, a do proletariado.
Para minha surpresa, quando fiz o mestrado em Harvard, a
totalidade de meus colegas era apolítica.
Eles estavam lá para estudar.
Adquirir conhecimentos úteis à sociedade e talvez ficarem
ricos.
Por isso estudavam, para meu enorme desespero, vinte horas
por dia.
Mas, mesmo com essa carga de estudo, todos faziam trabalho
voluntário, um dos requisitos inclusive para a admissão ao MBA.
Quarenta anos se passaram, e na última reunião quinquenal dos
ex alunos de Harvard constatei que todos ficaram ricos como pretendiam.
Eu a única exceção, Prof. da USP que era.
Ricos, eles devotam a maior parte do tempo a causas sociais e
doam bilhões ao terceiro setor.
Mesmo eu que não sou rico, pude com pouco dinheiro criar o
primeiro site de voluntários, o www.voluntarios.com.br, criar o Prêmio Bem Eficiente para
Entidades Beneficentes, que a velha esquerda nunca apoiou, porque eles estavam
ocupados tentando se eleger.
A reunião com meus colegas da USP foi ainda mais
surpreendente.
O mais engajado na época, o que mais pregava a luta de
classes, é hoje o economista chefe de um grande banco.
João Sayad, meu colega socialista e portanto menos
radical,foi dono de banco, junto com Philippe Reichstull, ex presidente da
Petrobras.
“Cansei de ajudar os outros” (sic), “estou ficando velho,
preciso me preocupar com minha aposentadoria“.
“Quem não é de esquerda quando jovem não tem coração, quem
continua quando velho perdeu a razão“.
Desculpa esfarrapada e ofensiva para velhos como nós que
temos ainda coração.
Um dos meus colegas, funcionário público tinha sonhos
horríveis. “Sonhei que era um velho mendigo, dormindo na sarjeta“.
Foi quando aderiu à corrupção.
Jovens de esquerda ouçam bem.
Vocês ainda não têm competência para mudar o mundo e acabar
com a pobreza.
Falta-lhes conhecimento para tocar um botequim, como a Dilma,
muito menos uma revolução.
Estudem. Sejam úteis à sociedade, em vez de sonhar com um
emprego público porque é garantido e mais seguro.
Antes de mudarem o mundo, mudem primeiro o bairro via meu www.voluntarios.com.br, para depois mudar seu Estado e o
país.
Percebam que Dilma, Nelson Barbosa, Luciano Coutinho,
Aloizio Mercadante, Guido Mantega, Sergio Gabrielli, João Stédile, todos
economistas de esquerda, só pioraram o mundo com sua arrogância, autoritarismo
e incompetência administrativa.
Sejam de direita pelos menos nos seus primeiros 20 anos,
estudem, casem bem, criem filhos honestos, não traiam suas esposas por aí.
Sejam de esquerda dos 50 anos em diante, distribuindo a sua
riqueza, trabalhando para os outros em vez de ficar cagando regras e cocô na Paulista,
ou sendo procurados como terroristas.
Obs.: O que está selecionado em vermelho foi efetuado pelo
titular deste blog.