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Divulgação
Capa do livro de Denise, "Tapa na Bunda", da Editora Matrix
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Para Denise Dias, que lança livro favorável à adoção de
formas físicas de punição, falta de limites cria “geração de delinquentes”
.... a terapeuta infantil Denise Dias, que lançou em outubro deste ano o livro
“Tapa na Bunda – Como impor limites e estabelecer um relacionamento sadio com
as crianças em tempos politicamente corretos” (Editora Matrix).
Com mais de dez anos atendendo crianças e adolescentes,
inclusive em instituições dos Estados Unidos, Denise, no entanto, não vê
problemas na adoção da palmadas educativas. “As crianças estão precisando de
tapa na bunda”, diz a terapeuta. Ela vê a carência na imposição de limites às
crianças como um dos principais problemas da geração atual: “virou uma bagunça
tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes”.
Confira a entrevista que ela concedeu ao Delas .
iG: Qual a ideia central do livro?
Denise Dias: Eu vejo que as palmadas que os pais dão nos
filhos, de vez em quando, não têm mal nenhum. “Monstrualizaram” a educação
doméstica. Não se pode mais falar em tapa ou em castigo
Não se pode mais falar que os pais mandam nos filhos. Virou uma bagunça tão
grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes. Podemos até
falar que é uma geração drogada e prostituída também. A quantidade de jovens
usuários de drogas só cresce ano após ano, isso não é falta de informação, é
falta de limite. O que é, muitas vezes, imposto com um tapa na bunda.
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Getty Images
"Palmada pedagógica": para Denise, ela é válida como última opção
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iG: Qual a diferença entre palmada e agressão?
Denise Dias: Não existe um “tapômetro” para mensurar isso
quantitativamente. No Reino Unido, quando um pai é julgado (por algum tipo de
agressão ao filho), eles observam se foi deixada alguma marca na criança. Esta
seria uma forma mais palpável de medir.
iG: Um capítulo do seu livro fala sobre “criar monstros”.
Você pode explicar essa ideia?
Denise Dias: Em uma escada de hierarquia, onde ficam os pais?
No topo. Onde ficam os filhos? Lá embaixo. Os pais possuem autoridade
indiscutível perante os filhos. Para uma criança crescer saudavelmente, ela
precisa de um adulto seguro que diga o que pode e o que não pode ser feito.
Hoje em dia, ao invés de colocar limites, eles (os pais) estão filosofando
excessivamente com as crianças. Costumo dizer que os pais ficam com “teses de
doutorado”, explicando demais para uma criança de quatro, cinco anos de idade
cujo cérebro não está formado adequadamente para formar abstração, formar
filosofia. Por isso que um pai que mora no décimo andar não tenta explicar para
a criança que ela pode cair da varanda. O que ele faz? Coloca rede em todas as
janelas. É só uma criança, ela paga para ver.
iG: Você acha que a palmada é a melhor forma de exercer
autoridade?
Denise Dias: Não. Acho que é uma das alternativas e, muitas
vezes, é o que resolve. Tem crianças que nunca precisam levar uma palmada, a
mãe olha e ela já obedece. Tem criança, no entanto, que faz alguma coisa errada
e, por mais que a mãe coloque-a de castigo e tire privilégios, continua mexendo
onde não deve mexer. O que adianta? O que ela está pedindo? Tapa na bunda. As
crianças estão precisando de tapa na bunda.
iG: Não existem outras formas de exercer a autoridade, como
saber dizer “não”?
Denise Dias: Com certeza. Isso eu abordo com clareza no meu
livro. O tapa na bunda é um último recurso, mas muitas vezes ele é necessário.
iG: Como saber quando ele é necessário?
Denise Dias: Quando você já chamou a atenção da criança, já
tentou fazê-la parar de fazer o que não deveria estar fazendo, já tentou
colocar de castigo e mesmo assim ela continua. O que essa criança está pedindo?
Limites. Tem criança para as quais basta dizer algo como “vai ficar sem o
cinema hoje”, que ela aprende. Ela não gosta daquilo, então se comportará, em
uma próxima vez, para que não aconteça de novo. Mas existem crianças que testam
incansavelmente os pais. São esses adolescentes que crescem e queimam um índio,
atropelam skatistas...
iG: Bater nas crianças não pode ser considerado um pouco
primitivo?
Denise Dias: De forma alguma. Uma coisa é a palmada, depois
que já tiveram vários outros tipos de punições que não deram certo. Outra coisa
é um pai que chega estressado do trabalho, a criança faz algo como derrubar
suco na mesa, por exemplo, e o pai, na sua ignorância, lasca um tabefe na
criança. São situações muito diferentes.
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Divulgação: Denise: as crianças de hoje estão pedindo limites
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iG: Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que visa
proibir a palmada?
Denise Dias: Eu sou contra. Ele não é necessário. O Estatuto
da Criança e do Adolescente já protege contra a violência. Vamos definir
“violência”. A criança brasileira está prostituída na rua, está na
cracolândia... A criança brasileira está chegando ao quinto ano do ensino
público sem saber fazer uma conta de subtração. Isso é violência. Agora o
congresso quer criminalizar uma palmada que um filho que olha para o pai e fala
“cala a boca, seu idiota” toma? O pai que não coloca limites no filho está
criando um monstro.
iG: O que levou você a escrever este
livro agora, na contramão de diversos estudos e correntes pedagógicas que
pregam justamente o fim das palmadas?
Denise Dias: Para
dizer a verdade, no meu convívio profissional o que eu mais conheço, graças a
Deus, são profissionais a favor de umas palmadinhas para educar. Eu vinha
escrevendo o livro desde 2009. Quando deu o boom sobre o assunto, por conta do
projeto de lei, comecei a correr para terminar o livro.