Introdução
Muitas pessoas
fecham os olhos durante
a vida inteira
para não
verem a salvação, recusando-se a considerar qual o preço real que deve ser pago por quem deseje
ser um cristão autêntico.
As pessoas
as quais me
refiro não são
indiferentes a Deus.
De fato, pensam muito
Nele. Também não
são ignorantes
quanto a Ele,
mas o maior
defeito delas é que
não estão FUNDAMENTAS E ARRAIGADAS NA SUA FÉ.
Com
muita frequência, o conhecimento que adquiriram foi obtido em
segunda mão,
por pertencerem a famílias
cristãs, ou por
haverem sido treinados em instituições cristãs, embora
nunca tenham passado
pela experiência
pessoal da conversão.
Via de
regra, fizeram alguma apressada confissão
religiosa sob
a pressão das circunstâncias,
devido a motivos
sentimentais, por
causa de uma emoção
natural, ou
por causa do vago desejo de serem como outras pessoas
que vivem junto,
embora sem
desfrutarem de qualquer sólida operação
da graça divina
em seus
corações.
Pessoas
nestas condições estão correndo um imenso perigo. São precisamente estas pessoas,
se os exemplos bíblicos têm algum valor, que precisam ser exortadas
a “CALCULAR O PREÇO”.
Este
texto pretende também
ser um instrumento para nos ajudar a sermos criteriosos quando
da pregação do evangelho
do reino. É fundamental
discernir junto
aos contatos se a “boa notícia de Deus”
ficou bem entendida.
Exemplos
1. OS
FILHOS DE ISRAEL NO DESERTO
Não calcularam o
preço. Saíram alegres
e felizes, pois
haviam visto os feitos
de Deus, e com
isto achavam que
nada os poderia
deter. Quando
encontraram perigos e dificuldades no caminho,
a sua coragem
não demorou a esfriar.
Não pensaram que
encontrariam obstáculos. Dessa maneira, quando
inimigos ou
provações, ou
fome e sede
começaram a testá-los, eles murmuraram contra Moisés
e contra Deus.
Em uma palavra
eles não
haviam calculado o preço.
2. OS
OUVINTES DE JESUS
Por não terem calculado o preço
muitos dos ouvintes
de Jesus retrocederam após
algum tempo:
“... o abandonaram e já não andavam com
Ele” (Jo 6:66). Quando
viram os Seus milagres
eles pensaram que
o “reino de Deus
iria se manifestar imediatamente”
e colocaram-se ao lado dos apóstolos. Mas quando descobriram que
havia doutrinas difíceis de serem cridas
e vividas, um trabalho
árduo a ser
realizado, um tratamento
adverso a ser
enfrentado, o seu entusiasmo
esfriou prontamente, mostrando que não tinham
calculado o preço.
3. O
REI HERODES
Por não querer calcular
o preço, o rei
Herodes retornou aos seus antigos pecados
e destruiu a sua própria
alma. Ele
gostava de ouvir João Batista
pregando. Herodes ficava “perplexo” e honrava João como um homem justo e santo (Mc 6:20). Porém,
ao descobrir que
deveria desistir de sua
querida Herodias, sua
cunhada, com
quem vivia, sua
disposição desmoronou por
completo. Ele
não havia contado com
isso. Não havia calculado o preço.
4. DEMAS
Por não querer calcular
o preço, Demas abandonou não só a companhia de Paulo, mas
também o evangelho,
a Cristo e o Céu.
Durante muito
tempo viajou com
o Apóstolo dos Gentios,
tendo sido um dos seus
“colaboradores”. Todavia, quando descobriu que não poderia ter a amizade deste mundo,
paralelamente à amizade
de Deus; desistiu do seu cristianismo
e apegou-se ao mundo. (II Tm 4:10). Ele não havia
calculado o preço.
5. NOSSAS
EXPERIÊNCIAS
Assim também tem sido conosco.
Alguns dos nossos
ouvintes, por
não terem calculado bem
o preço, por
muitas vezes chegam a um fim miserável. No começo
sentem-se animados e excitados, falando
daquilo que não
experimentaram. Recebem a palavra com alegria tão grande que nos deixam
admirados. Durante algum
tempo correm com
um zelo tal, e com um fervor que parecem ultrapassar a todos. Falam e trabalham com
tão grande
entusiasmo que
fazem com que
os mais velhos
se sintam envergonhados. Porém, quando a novidade
e o frescor dos seus
sentimentos diminuem, passam por uma radical
transformação. Estes se enquadram na descrição dada por Jesus.
O Senhor disse: “... em
lhe chegando a angústia
ou a perseguição por
causa da palavra,
logo se escandaliza” (Mt 13:21). Pouco a pouco
os seus lugares
vão ficando vagos,
e eles não
mais são
vistos entre
os cristãos. Mas,
por quê?
É que nunca
haviam calculado o preço.
6. CAMPANHAS EVANGELÍSTICAS
Por não se disporem a calcular
o preço, muito
daqueles que se convertem através de campanhas
evangelísticas voltam ao mundo após algum tempo, trazendo vergonha
ao cristianismo. Eles
começaram com uma noção
tristemente equivocada acerca do cristianismo
autêntico. Eles
imaginam que não
consiste em outra
coisa além
daquilo que se convencionou chamar de “VIR A CRISTO” ou “ACEITAR JESUS”, em meio a fortes sentimentos de alegria
e paz. Assim,
quando, após algum tempo,
descobrem que há uma cruz que precisa ser tomada, que os seus corações são enganadores,
que o caráter
precisa ser tratado, e que
há um diabo ativo ao seu lado, eles se desgostam
e voltam aos seus antigos
pecados. Infelizmente,
nunca haviam calculado o preço.
Conclusão
Ouso dizer
que seria ótimo
se o dever de calcular o preço fosse mais
frequentemente ensinado do que é.
A pressa
impaciente é a ordem
do dia. Conversões
instantâneas e paz imediata
são os únicos
resultados que
eles parecem querer
obter com a pregação do evangelho.
Produzi-las parece ser a grande
finalidade e objetivo
de todos os seus
esforços, conforme
as aparências indicam.
Que
ninguém entenda mal
o que tencionamos dizer.
Aprovamos inteiramente o oferecimento de
uma salvação plena, gratuita,
imediata e presente
aos homens, em
Cristo Jesus.
Porém, insistimos que essas verdades
não deveriam ser
apresentadas aos homens de um modo cru, isolado e solitário.
Deveríamos dizer honestamente
aos homens o que
eles deveriam esperar,
se é que professam o desejo de sair pelo mundo a fim de servirem a Cristo,
sem serem informados acerca do que
está envolvido na guerra cristã.
Em
suma, deveríamos dizer-lhes honestamente que
lhes convém calcular o preço.
Porventura
alguém diria se era
assim a prática
seguida pelo Senhor Jesus.
Vejamos o que
registra o evangelho
Lucas 14:25-33.
Uma grande
multidão ia acompanhando Jesus; este,
voltando-se para ela,
disse: "Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e
irmãs, e até sua
própria vida
mais do que
a mim, não
pode ser meu discípulo. E aquele
que não
carrega sua cruz
e não me
segue não pode ser
meu discípulo.
"Qual de vocês,
se quiser construir uma torre,
primeiro não
se assenta e calcula o preço, para ver
se tem dinheiro suficiente
para completá-la? Pois,
se lançar o alicerce
e não for capaz
de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este
homem começou a construir
e não foi capaz
de terminar’. "Ou,
qual é o rei
que, pretendendo sair
à guerra contra
outro rei,
primeiro não
se assenta e pensa
se com dez
mil homens
é capaz de enfrentar
aquele que
vem contra ele
com vinte mil?
Se não for capaz,
enviará uma delegação, enquanto o outro
ainda está longe,
e pedirá um acordo
de paz. Da mesma
forma, qualquer
de vocês que
não renunciar
a tudo o que
possui não pode ser
meu discípulo.
Queremos afirmar
claramente que
não conseguimos conciliar
esta passagem com
a maneira de muitos
mestres religiosos.
E, no entanto, para
a nossa maneira
de pensar, essa doutrina
que nos
ensina a calcular o preço é clara como a luz do meio-dia.
Ela nos
mostra que
não podemos levar
ninguém a confessar
ser discípulo
de Cristo, sem
antes ter
calculado o preço.
Porventura
alguém gostaria de indagar
qual teria sido a prática
seguida pelos
mais eminentes
pregadores do evangelho:
Gostaríamos de asseverar que
todos eles,
a uma só voz,
dão testemunho da sabedoria
do Senhor ao tratar com as multidões.
O clamor constante
deles era: “não
vos deixeis enganar.
considerai o que estais fazendo. Não correi antes
de serdes chamados. Calculai o preço”.
Se desejamos fazer
o bem, nunca nos envergonhemos de seguir
os passos de nosso
Senhor Jesus.
Trabalhemos arduamente em favor
dos nossos semelhantes,
sempre que
tivermos oportunidade. Levem-lhes a
considerarem os seus caminhos. Instemos com
as pessoas, com
santa violência,
para virem, para depor as suas armas, para se renderem a Deus.
Ofereçamos-lhes a salvação, uma
salvação já preparada,
gratuita, completa
e imediata.
Destaquemos a pessoa
de Jesus e todos
os seus feitos.
Contudo, em
todo o nosso
trabalho digamos a verdade,
a verdade completa. Não seria honesto
oferecer um contrato para alguém assinar rapidinho, e
depois dizer que este contrato tinha
umas letras miudinhas que falavam sobre
o preço e quem
assinou não sabia.
Tenhamos vergonha
de usar os artifícios
vulgares de um
sargento recrutador.
Não falemos apenas
do uniforme, o soldo
e a glória; falemos também
sobre o inimigo,
as batalhas, a armadura,
a vigilância, as marchas e o treinamento árduo.
Não
exponhamos apenas um
lado do cristianismo.
Não
ocultemos dos ouvintes a CRUZ DA AUTONEGAÇÃO que
eles precisam tomar.
Expliquemos claramente
tudo quanto
está envolvido no cristianismo.
ACIMA
DE TUDO É FUNDAMENTAL,
E, PORTANTO, NÃO
PODEMOS ESQUECER, CHECAR
SE FORMOS BEM ENTENDIDOS.
PRECISAMOS OBTER O QUE
O OUVINTE ENTENDEU DO EVANGELHO PREGADO.
Autor:
Desconheço a fonte desse belo
e profundo escrito!