Embaixador
aposentado, Gilberto Saboia se diz orgulhoso com atitude do filho e pede que
Dilma aja de forma ‘desapaixonada’.
BRASÍLIA — O embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia, pai do
diplomata Eduardo Saboia, se diz aflito, mas orgulhoso, de ver o filho no olho
do furacão depois de protagonizar a operação de resgate do senador boliviano Roger
Pinto, confinado na embaixada do Brasil em La Paz há 15 meses. Com uma longa
carreira nos mais prestigiados cargos da diplomacia, inclusive como membro da
Comissão de Direito Internacional da ONU, Gilberto Saboia defende como legitima
e legal a ação do filho.
Ao comentar as declarações iradas de Dilma, Gilberto Saboia diz que
entende a reação da presidente, mas pede que ela aja de forma “desapaixonada” e
entenda os limites entre a ética e a hierarquia. Ele está se deslocando do Rio,
onde mora, para Brasília, onde está Eduardo Saboia, para dar apoio e ajudar na
defesa legal do processo administrativo aberto pelo Itamaraty para investigar a
operação que deixou Dilma e o presidente da Bolívia, Evo Morales, indignados.
— Colocar meu filho como bode expiatório seria lamentável! Entendo que a
presidente está aborrecida, mas peço que faça uma análise desapaixonada de toda
essa questão. Que entenda que nada do que foi feito, foi ou será dito, tem como
alvo seu governo. Eu e meu filho somos altamente disciplinados. Mas respeitar
os limites entre a ética e a hierarquia é uma coisa fundamental — declarou o
embaixador aposentado na tarde desta terça-feira ao GLOBO.