sábado, 11 de janeiro de 2014

INDÍGENAS, TAMBÉM SÃO OBJETO DA GRAÇA DE DEUS




“... e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” At. 1:8.

Com os mais de quinhentos anos do descobrimento do Brasil, pomo-nos a pensar sobre a grande dádiva recebida dos povos indígenas que habitavam aqui, antes que viessem os portugueses: a nossa culinária, língua, artes, costumes, plantas, ervas medicinais, frutas e cultura em geral, refletem a influência dos silvícolas.

Os primeiros habitantes de nossa pátria e do continente americano constituem um povo bonito, habilidoso e no seu estado natural são muito alegres.

O denominado “homem branco” foi e em alguns casos tem sido implacável com os nossos índios: matando-o, seviciando-o, escravizando-o, degradando-o, etc. Alguns ditos civilizados não tinham certeza se os nativos possuíam alma.

O processo de integração na cultura ocidental tem sido na maioria das vezes traumático e levado muitos à marginalização, transformando-os em bêbados e mendigos.

Como povo brasileiro temos sido influenciados pela história preconceituosa contada pelo conquistador, pelo colonizador, no sentido de que os indígenas são selvagens, sem alma, preguiçoso, etc. Como cristãos devemos romper com essa mentalidade, e quando aparecer um indígena em nossas congregações, que o nosso sentimento não seja de reserva, desconfiança, ou vê-los como alguém inferior, pois é bom lembrarmos que muitos de nós somos também descendentes de índios, que junto com o branco e o negro formam as três raças básicas da nossa etnia.

Ao recebermos um índio em nossas congregações, seja com mais amor, mesmo que ele venha como pedinte. Além de estarmos cumprindo um mandamento, podemos estar abrindo portas de alguma aldeia para a propagação do Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Graças a Deus que missionários cristãos, americanos e europeus, por décadas, e nos últimos trinta anos, brasileiros, tem trabalhado no meio de diversas tribos dos nossos índios, anunciando a Palavra de Deus e traduzindo-a para as respectivas línguas. Na maioria das vezes, a própria escrita de cada língua indígena, foi estruturada por estes. Mesmo com todas as dificuldades, por serem os primeiros grupos mencionados, estrangeiros, e pela falta de cooperação, e até resistência, em alguns casos, de órgãos governamentais, apesar de tudo isso, A SEMENTE TEM PROSPERADO. 

Algum tempo atrás, tomamos conhecimento do trabalho realizado por missionários cristãos com indígenas na Amazônia, que alegrou muito o nosso coração, na matéria da Veja nº 6 de 11.02.98, pg. 52/56, intitulado: A Lei da Bíblia na Selva, trabalho começado nos anos 40, por uma missão americana. Enche-nos de júbilo quando tomamos conhecimento, por meio desse veículo de comunicação secular, do bom desempenho de um trabalho verdadeiramente cristão no meio dos índios. Gostaríamos de transcrever alguns trechos nesse sentido:
“Na porção mais remota da mata, às margens do rio Içana, vivem as tribos baniva e curipaco, duas das mais interessantes comunidades de toda aquela área. Essas duas nações reúnem cinqüenta aldeias, habitadas por índios que têm título de eleitor, sabem ler e escrever e adoram cantar o Hino Nacional, sem ter, no entanto perdido a essência de sua herança indígena.
A convivência harmônica do mundo com o antigo é mais espantoso quando se sabe que foi Jesus Cristo — o Deus dos Brancos — outrora uma ameaça para a cultura indígena, que acabou garantindo sua sobrevivência. Eis uma novidade capaz de abalar muitas das teorias antropológicas, mais especificamente a que via o evangelho como um vilão responsável pela aculturação indígena ... . Bíblia converteu-se num poderoso veículo de coesão cultural.
Hoje, protegidos pela natureza e pela religião, eles parecem prontos para sobreviver, como índios e cidadãos”.

Sabemos que na obra do Senhor, trabalhamos é para Ele e não para o homem, quem sabe seja firmado nesse entendimento que o povo cristão muito pouco divulga os seus trabalhos, que também possuem repercussão no campo social. Acreditamos que se faz necessário uma maior divulgação de trabalhos dessa natureza, para que tanto os cristãos tomem conhecimento como a sociedade em geral com o fim de ser externado as suas formas de apoio. Quantos trabalhos como esse mostrado na matéria da revista Veja, ainda há pelos rincões desse imenso Brasil?

Talvez pela falta de visão e por sermos muitos grupos distintos, cada um com suas dificuldades próprias, fomos muito omissos, até então, na evangelização dos povos indígenas. Entendemos que está na hora de acordarmos, como povo cristão do Brasil, e cumprirmos o Ide do Nosso Senhor Jesus para com os índios brasileiros.

Temos ânimo para enviar missionários a povos não alcançados, em outros continentes, o que é muito bom, no entanto, há um número significativo de lugarejos distantes no Norte, Nordeste e Centro Oeste que não possuem uma congregação que a tem Cristo como seu único Senhor (Kyrios), bem como tribos dos nossos aborígines que ainda não foram alcançados pelo Evangelho. As igrejas cristãs no país têm um potencial muito grande para efetivar mudanças da realidade social, eclesiástica e, sobretudo, espiritual dos povos indígenas que habitam as terras brasileiras. Se todos os segmentos cristãos do Brasil tivesse como prioridade, teria evangelizado os lugarejos distantes e todas as tribos indígenas do nosso país. Que possamos ir “aos confins da terrasem, no entanto, esquecermos de “Samaria”.

Glórias ao Senhor, porque o seu povo tem contribuído e contribuirá para o cumprimento da visão apocalíptica do Apóstolo João: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;” Ap. 7:9.


* Manoel Soares Cutrim Filho, cristão, conservador e patriota.  E-mail: cutrim@terra.com.br         

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