quinta-feira, 26 de março de 2009

O JOVEM E SUA VIDA AFETIVA

Manoel Soares Cutrim Filho *

“Cuida dos negócios lá fora, apronta a lavoura no campo, e depois edifica a tua casa”. Pv. 24.27

Na atualidade, é comum namorar na mais tenra idade. Até as crianças são induzidas nesse sentido, pelos próprios pais, parentes, adultos em geral e pela mídia. Há aquela pergunta: Você já tem namorado? Ou com algumas insinuações nesse sentido: você vai namorar com o meu filho ou minha filha. Isso passou a ser corriqueiro, bem diferente daquilo que é dito no versículo introdutório, onde verificamos que aquela pessoa que aspira constituir uma família, precisa primeiro ter uma base profissional, econômica e emocional, para fazer face às dificuldades naturais que surgem no casamento.
Recentemente num programa de televisão foi enfocada a sexualidade infantil e as causas para que a mesma estivesse tão aguçada: músicas picantes, novelas, filmes, roupas vestidas por artistas etc. Algumas mães entrevistadas que estavam levando as suas crianças para pista de danças sensuais disseram que a sensualidade só está na cabeça do adulto. Felizmente há bons profissionais na área psicológica, mesmo não sendo cristãos. Alguns profissionais foram entrevistados, vários disseram que tudo isso tem elevado a libido das crianças e até provocado as taras dos que tem desvio nessa área. Lembramos que nos Estados Unidos uma misse infantil de 6 anos foi encontrada morta, após ser violentada.
A revolução sexual dos anos sessenta, liderada pelos hippies, com drogas e tudo mais, levou a um aumento de gravidez indesejada, abortos e à instabilidade na família. Passamos de uma geração que não havia diálogo entre pais e filhos, na área dos relacionamentos afetivos e no tocante à sexualidade, para uma geração que às vezes há diálogo, mas tem como tônica a permissividade
Namoricos, o ficar, atrapalham a comunhão com Deus. Conhecem algum jovem que vive de namoricos e é cheio do Espírito do Senhor? Namoricos também precipitam casamentos, divórcios, mágoas, maternidade e paternidade precoce etc.
Os tempos mudaram, mas as conseqüências, do erro, da quebra dos princípios do Senhor, do pecado, continuam as mesmas. Infelizmente a não observância de alguns princípios comentados neste artigo têm trazido muita tristeza às famílias e a jovens virtuosos que teriam uma vida produtiva e plena de sucesso pela frente, mas que se deparam com uma maternidade ou paternidade precoce, muitas vezes acompanhada também de um casamento prematuro.
A Igreja Evangélica, que deve ser sal e luz do mundo, tem ido a reboque desses acontecimentos. Quando não tem estado omissa, muito pouco tem feito para esclarecer e alertar a mocidade sobre as implicações de um namoro prematuro. Um pequeno número de igrejas locais têm um trabalho consistente nessa área. Infelizmente alguns líderes enfrentam esse problema dentro de sua casa e com isso perdem a autoridade para falar sobre o assunto.
Algumas maneiras que podem ajudar o jovem a evitar os namoros antecipados: ser ensinado pela família e pela igreja, de forma mais intensiva, a respeito do tema; preencher bem o tempo; ter alvos elevados e andar em grupo, não ser uma “Maria vai com as outras”, dos tempos atuais. Investir nas boas amizades. É na adolescência e juventude que se forma a maioria das amizades mais profundas que irão continuar por toda vida. Isto se torna difícil quando os namoros começam muito cedo, dificultando o relacionamento de quem assim procede com outros de sua faixa etária.
As pessoas emocionalmente mais maduras estão em melhores condições de escolherem quem deve ser o seu cônjuge. Na fase da vida onde a emoção, a fantasia e o idealismo prevalecem, não há condições adequadas para uma escolha tão séria. Há aqueles que na adolescência imaginam ter encontrado o seu par ideal, muitas vezes casam bem jovens e, quando chegam a uma etapa da vida mais equilibrada e madura, percebem o erro que cometeram, aquela pessoa não é tão ideal assim!. Aí estão diante de duas opções: os que levam a sério o casamento procuram conviver com o cônjuge para o resto da vida, pedindo a misericórdia de Deus; para os mais liberais, a solução é o divórcio, com todas as conseqüências, principalmente quando surgem filhos.
Mas qual a idade ideal para o namoro? Isto varia de cultura e classe social. Podemos tirar algumas conclusões básicas: é necessário que a pessoa já possua certa maturidade emocional (esta não é próprio da adolescência), uma profissão; e que tenha condições iniciais ou boas perspectivas para sustentar uma família, juntamente com a pessoa com quem pretende namorar. Se lermos sobre a vida de Rebeca, esposa de Isaque, e Raquel, mulher de Jacó, podemos verificar que elas estavam preparadas para executar as tarefas que eram próprias das mulheres da suas épocas. Jacó, por outro lado, quando casou já era o responsável por todo o gado do seu sogro Labão.
Muitos relacionamentos não nasceriam se o jovem antes de tomar qualquer decisão procurasse ouvir de verdade a voz de Deus e a opinião de alguém com mais maturidade, próximo dele, seus pais como pessoas nascidas de novo, não sendo possível, alguém da liderança da igreja onde congrega, isto evitaria muita tristeza, dor ou percalços na vida. “Onde não há conselho fracassam os planos, mas com muitos conselheiros, há bom êxito” (Pv. 15:22). Quando um relacionamento é desfeito ficam feridas, normalmente não há espaço na mesma congregação para os dois, com isso a própria igreja também perde, na realidade, todos ligados àquelas pessoas perdem.
Os bons cristãos estudiosos do comportamento humano, apontam em uma direção, no sentido de que os padrões para os jovens buscarem um relacionamento afetivo duradouro estão em definir como prioritários os valores espirituais em primeiro lugar; depois os valores da alma, ou seja: o emocional, o caráter, as idéias acerca da vida etc; a atração física vem como conseqüência. Na prática a situação tem se invertido, a aparência física e os valores patrimoniais têm vindo na frente, o carisma tem sido prevalecente sobre o caráter; quando isto acontece, na maioria das vezes, as fantasias não resistem muito tempo depois de uma convivência mais estreita, vindo em seguida: as desilusões, tristezas e mágoas, que levam a uma quebra do vínculo conjugal.
Existe um dardo inflamado do maligno que tem trazido estrago em muitas vidas, chama-se: casamento misto. Vejamos o que a Palavra de Deus fala a respeito:
• Não contrairás matrimônio com os filhos dessas nações... (Dt. 7:3-4).
• O casamento de Esaú com mulheres não tementes a Deus tornou-se tribulação para Isaque e Rebeca (Gn. 26:35; 27:46).
• Não pode haver comunhão da luz com as trevas (II Co. 6:14).
Entendemos que a motivação básica do Senhor não consentir esse tipo de relacionamento é certamente porque a mais íntima comunhão (vida conjugal), que um homem pode ter com uma mulher e vice-versa, deve ser bem afinada. Nela há troca de informações, costumes, geração e criação de filhos, empreendimentos em comum etc. Se os dois não tiverem Cristo em comum, certamente não irão muito longe. Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? Am 3:3.
Jovem, o seu sucesso na vida dependerá da compreensão e observância dos princípios estabelecidos por Deus na sua Palavra. Não deixe que sua vida seja nivelada por baixo, simplesmente pela maioria. Lembre-se: Deus tem o melhor para você! Portanto,Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração”. Sl. 37:4.

* Igreja em Caldas Novas.
E-mail: cutrim@terra.com.br

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