quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Mais Médicos

Sabemos que esse Programa Mais Médicos do Governo Federal está chegando tarde, diante das carências do país, na área médica, e por certo, será usado nas eleições de 2014. Façamos algumas pequenas considerações a seguir.

Após o lançamento já arrefeceu bastante, o que é natural, depois que a mídia parou de dar publicidade.

Vocês conhecem algum programa dos Governos (Federal, Estaduais e Municipais) que estimule jovens de famílias pobres a fazerem o Curso de Medicina? Sabemos que é um curso longo e caro, normalmente incluindo o tempo de faculdade, residência médica e alguma breve especialidade demora entre 8 e 10 anos.

O atual partido no poder, já está há quase 11 anos governando o nosso país e alguém sabe se já foi feita alguma gestão efetiva para aumentar o número de vagas nos cursos de Medicina e de outros cursos da área da Saúde, pelo menos nas universidades federais

Poderia ter algum programa governamental que garantisse ao estudante de Medicina o custeamento de sua manutenção pessoal e acadêmica, até estar ele em condições de clinicar, quando as autoridades de saúde os enviariam para as localidades mais carentes de médicos da nação, por um determinado número de anos. Se o profissional recusasse, precisaria indenizar de imediato, os cofres públicos, pelas despesas efetuadas na sua formação. Este é o procedimento adotado em relação aos ex-alunos de Escolas Militares de formação de Sargentos e Oficiais das Forças Armadas, pois estes são obrigados a servir a respectiva corporação militar por um determinado período que compense as despesas efetuadas na respectiva formação. Caso queira sair antes do período estipulado, deve indenizar os Cofres da União, que financiou a respectiva formação.  

Todos esses procedimentos de incentivos à formação e apoio, poderiam ser adotados para outras categorias de profissionais de saúde, também necessárias em locais mais carentes do país, como: dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, agentes de saúde, etc.

Quantas pessoas sofrem algum trauma físico em locais longínquos do país que poderia ser amenizado se houvesse um tratamento fisioterapêutico, mas como isso não ocorre, essa pessoa fica, muitas das vezes inválida! Boa parte dela são jovens que precisaríamos no mercado de trabalho.

O brasileiro em geral não sabe alimentar-se, principalmente os menos instruídos e de populações distantes, com pouco acesso à mídia. Um profissional de Nutrição muito contribuiria para que essa pessoa não sofresse de determinadas doenças, decorrentes da alimentação insuficiente.

Há um débito muito grade do Estado Brasileiro para com a população mais pobre do país, no que toca à saúde bucal. Temos uma nação de um sem número de “banguelas e desdentados”, usando dentaduras precocemente, quando podem. O que tem sido feito por essa camada de desvalidos da população?! Sei que em alguns casos, há dentista e material odontológico, mas na maioria das vezes, no SUS, somente é efetuada a extração dos dentes, não havendo uma política preventiva, que vise recuperar os dentes dessas pessoas. Como leigo sei que uma dentição insuficiente é problema certo na saúde de quem está nessas condições. É uma força de trabalho muito limitada, porque torna-se vulnerável a muitas enfermidades e, por isso, não pode ser assídua nos seus postos de trabalho. O que as três esferas de governo têm feito efetivamente para debelar esse mal da população mais pobre do país?

Manoel Soares Cutrim Filho, ex-Auditor Federal de Controle Externo do TCU e discípulo de Jesus em Caldas Novas – GO.


E-mail: cutrim@terra.com.br

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